[auto-retrato alheio]
há palavras que nos beijam como se tivessem boca, confessava o o'neill.
e há palavras que são sombras de árvores ou um bálsamo da terra,
um pressentimento de espuma, um incêndio do tacto, uma reverência
ao desconhecido, admitia o ramos rosa. eu sou bem mais prosaico.
para mim (perdoa-me, mãe), com três letrinhas apenas se escrevem
algumas das palavras maiores que o mundo tem. e entre essas há
aquelas que nos obrigam a elevar o olhar, admirando-as com
reverência no plano superior em que se encontram. corações ao alto.
( fotografia de vitorino coragem )