29 março 2019





Despedida



Mata su luz un fuego abandonado.
Sube su canto un pájaro enamorado.
Tantas criaturas ávidas en mi silencio
y esta pequeña lluvia que me acompaña.




Alejandra Pizarnik






25 março 2019






eu não disse que os imortais nunca deixam de escrever canções?
recolhidas por christine lakeland, a sua companheira de sempre,
eis uma colecção de músicas, não tão póstumas quanto isso, que
mantém mais viva em mim a presença de um dos meus heróis.
e continua a ser um dos meus sonhos por cumprir: atravessar um
dia a américa de carro, ao volante e a ouvir - apenas - j. j. cale.









21 março 2019





Aí está a morte. Não aquela cujo aceno
magicamente os tocou na infância, -
mas só a pequena morte que aí se alcança;
a sua própria morte está neles como um fruto
verde e sem açúcar que não vai amadurecer.


Senhor, dá a cada um a sua própria morte.
Uma morte saída dessa mesma vida
em que ele teve amor, miséria e sentido.




Rainer Maria Rilke






18 março 2019






d e s c u b r a
a s 
s e t e
d i f e r e n ç a s :



não me interpretem mal, mas gosto de qualquer cover desta canção
- um original dos pretenders - desde que cantada no feminino. 
como é o caso de




a) miss hynde



b) miss nash









15 março 2019





Trato de escribir en la oscuridad tu nombre


Trato de escribir en la oscuridad tu nombre.
Trato de escribir que te amo.
Trato de decir a oscuras todo esto.
No quiero que nadie se entere,
que nadie me mire a las tres de la mañana
paseando de un lado a otro de la estancia,
loco, lleno de ti, enamorado.
Iluminado, ciego, lleno de ti, derramándote.
Digo tu nombre con todo el silencio de la noche,
lo grita mi corazón amordazado.
Repito tu nombre, vuelvo a decirlo,
lo digo incansablemente,
y estoy seguro que habrá de amanecer.



Jaime Sabines




06 março 2019






Lembra-te que há um querer doloroso
E de fastio a que chamam de amor.
E outro de tulipas e de espelhos
Licencioso, indigno, a que chamam desejo.
Há no caminhar um descaminho, um arrastar-se
Em direção aos ventos, aos açoites
E um único extraordinário turbilhão.
Por que me queres sempre nos espelhos
Naquele descaminhar, no pó dos impossíveis
Se só me quero viva nas tuas veias?



Hilda Hilst




04 março 2019





d e s c u b r a
a s 
s e t e
d i f e r e n ç a s :



esta é uma das baladas mais simples alguma vez escritas. o seu autor foi o já desaparecido chris squire, membro fundador dos yes. quase quarenta anos depois, mark kozelek recriou-a para a banda sonora de um filme de sorrentino.




a) onward, mark



b) onward, yes