o que quero fazer contigo
o pablo neruda diz: quero fazer contigo
o que a primavera faz às cerejeiras. mas
depois chega a elvira sastre e diz: quero
fazer contigo tudo o que a poesia ainda
não escreveu. queridos escritores, peço-
-vos encarecidamente: por favor, vejam
lá se conseguem chegar a um acordo. é
que eu tenho esta mania de ir procurar
inspiração em versos alheios e, perante
tal disparidade lida nos vossos poemas,
assim fico bastante confuso e sem saber
exactamente o que quero fazer contigo.
:))*
ResponderEliminar;)
EliminarQue delícia, sou mesmo fã destes seus trocadilhos!
ResponderEliminar~CC~
não são trocadilhos, são fábulas, são rosas, senhora ;)
EliminarFábulas sem bichos, contudo. Ou estou míope e não os acho:)
ResponderEliminarFico com as rosas.
~CC~
quer dois bichos mais visíveis que o pablo e a elvira? :) (mas as rosas são boa escolha)
EliminarPara baralhar ;) lembrei-me deste conselho do Pessoa:
ResponderEliminarSegue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.
Suave é viver
só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.
Vê de longe
a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.
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Gostei (mesmo!) desta fábula ;)
:)
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