31 julho 2024

 




leituras  de  julho
























:: notas ::


kind of blue : miles davis and the making of a masterpiece

ashley kahn

ed. granta

 

biografia de um disco, seguramente um dos poucos discos da minha vida. quem me dera ter lá estado (mas nasci entre as sessões de gravação e o lançamento do album)...

 


david copperfield

charles dickens

ed. everyman’s library

 

vi há dias uma das últimas adaptações cinematográficas e fui reler trechos deste livro, em mais uma etapa do saboroso regresso a dickens.

 


camões, uma antologia

frederico lourenço

ed. quetzal

 

em ano de comemoração de mais um centenário camoniano, só cito este livro por o mesmo me ter sido oferecido - dado que jamais compraria um livro escrito em acordês. o caso é especialmente grave quando se trata de um académico que salienta a influência latina clássica (vergílio, horácio, etc.) na obra do poeta, e sujeita as transcrições da sua poesia a essa execrável novilíngua. depois, os comentários do professor são deploráveis, eivados de crítica estafada ao “imperialismo”, “escravatura”, “apropriação fascista”, etc., caindo na armadilha fácil e pouco inteligente de criticar um tempo e uma obra segundo os valores actuais, como se tivesse medo de ser criticado por não ser suficientemente “modernaço”... leitor, faz um favor a ti mesmo: lê camões numa edição clássica, não esta. essa é a melhor (e em bom rigor a única) maneira de o celebrar.

 


collected stories

william faulkner

ed. vintage

 

já conhecia a maior parte dos contos aqui presentes, mas esta colectânea de 42 histórias, seleccionadas pelo próprio faulkner para um único volume e agrupadas por temas, realça os seus motivos preferidos: a solidão, a luta perante a terra e os costumes, o sul e as suas desigualdades e tensões. quase na véspera do lançamento de um volume de contos de caldwell por mim traduzidos, foi bom regressar a este universo. 

 


shakespeare and company

sylvia beach

ed. univ. nebraska press

 

esta memória é a biografia da verdadeira shakespeare and company (não confundir com a livraria/loja turística, situada perto do sena, que herdou o mesmo nome), narrada pela sua fundadora, sylvia beach - a famosa livreira que publicou a primeira edição do ‘ulysses’ de joyce, e o livro contém pormenores curiosos desse processo editorial. a livraria nasceu em 1919 no nº 8 da rue dupuytren, mudou-se pouco tempo depois para o famoso nº 12 da rue de l’ódeon e, com o decorrer dos anos foi um local mítico de encontro de escritores anglófonos (joyce, hemingway, stein, fitzgerald, pound, eliot) e também francófonos (gide, romains, aragon, valéry), até fechar as portas na 2ª guerra mundial.

 


prophet song

paul lynch

ed. oneworld

 

grande novela, vencedora do man booker prize, sobre uma estranha e perturbadora distopia política. num futuro próximo um governo resolve criar uma polícia política e começar a fazer desaparecer todos os opositores - e uma mãe de quatro filhos vê desaparecer um a um os membros da sua família. há limites para a coragem e o instinto de preservação e sobrevivência?

 


the analog sea review, number four

vv. aa.

ed. analog sea

 

é o mais recente número deste 'journal off-line', dedicado à necessidade de uma nova era de renascimento, num paralelo com a procura da paz, amor e liberdade dos anos 60, a consciência do eu interior e os paradoxos do tempo - numa colecção de textos, poemas e imagens de nomes como beckett, didion, ferlinghetti, camus, thoreau, benjamin, tokarczuk, woolf, picasso, vallotton e, como sempre, numa edição primorosa.

 


diógenes, o cão

paul hervieu

ed. e-primatur

 

biografia de diógenes de sinope, o asceta que vivia num barril e à luz do dia, de vela acesa procurava um homem. curiosíssimo como o seu cinismo permanece actual, talvez mais actual do que nunca...


 





3 comentários:

  1. Sempre cheia de inveja, verifico que faltam umas notas...alguns destes ainda não foram lidos, certo?

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    1. foram todos lidos. mas nem sempre tenho tempo (ou vontade ou arte) de deixar notas.
      e se fosse uma obrigação - bartlebymente - preferiria não o fazer... :)

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    2. Claro, faz muito bem. Obrigada

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