02 dezembro 2020

 



um  punhado  de  tempo

 

 

 

 

trago nas minhas mãos fechadas um punhado

de tempo, esquecido em relógios sem corda.

são silêncios antigos de momentos mudos e

fios perdidos num tecido rasgado que nunca

mais será remendado. são horas de minutos

diminutos, segundos ainda por coser, vagas

lembranças de uma trama mal urdida. e são

os meninos de suas mães destas recordações,

as malhas que jamais o império poderia tecer

após ter deixado os teares na loja de penhores

onde, entre velharias, jazem mortos e arrefecem.

 





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