26 janeiro 2019






uma confissão após ter revisto com emoção "la grande bellezza":
não sou e nunca fui grande cinéfilo - há meses que não vou ao cinema -
mas devo a este filme, e a esta cena em particular, a coragem final para ter
decidido há cinco anos mandar o emprego à fava, apertar o cinto e mudar de
vida radicalmente - mas durante o percurso descobrir que podemos deixar de ser
infelizes pagando um preço afinal módico. como diz o meu querido jep gambardella:
"a descoberta mais consistente que fiz poucos dias após ter completado 65 anos,
é que não posso mais perder tempo a fazer coisas que não me apetece fazer".









5 comentários:

  1. felizmente, descobri-o uma década mais novo

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  2. Ah, que ainda não vi o filme mas tenho vindo a descobrir o mesmo e logo a seguir aos 50, ainda não passei foi completamente à acção consequente, tem que ser aos poucos.
    ~CC~

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    1. poucas vezes um filme me disse tanto, talvez por o ter visto naquela altura.
      é tudo perfeito, inclusive a banda sonora (se procurar neste mural pela etiqueta "la grande bellezza" fica com uma ideia).

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  3. Que eu tenha dado conta não houve algo externo específico (um livro, um filme, uma frase...) que tenha desencadeado a vontade da minha última mudança grande, recente. Foi uma vontade que foi crescendo e que levou à construção, também aos poucos, das várias possibilidades até à concretização.


    Houve vários aspectos que para já sobressaem para mim, e que agora estou a lembrar-me:

    1 - É bom ouvir opiniões, mas devemos ouvi-las com distanciamento, no sentido de que os outros opinam de acordo com o seu quadro de referências e com os seus ideais, que podem não ser coincidentes. Também, o normal é terem cautela acrescida pelo facto de não quererem sentir-se responsáveis pelo mal que pode acontecer.

    2 - Sair-se da zona de conforto e deixar-se muita coisa para trás - coisas mesmo, o que tem que ver com o material e o dinheiro - é difícil de aceitar pelos outros (falo do comum e de generalidades) como algo que tem que ver com vontade própria e em nome do não palpável. Daí aparecerem as suposições que deve haver outra mudança, com outras pessoas, que está na origem da alteração que se quer fazer. Isto é muito curioso.

    3 - "Não faças nada de que te venhas a arrepender" é daquelas que não alinham com nada quando se está a tratar de mudar.
    Mesmo com ponderação, que deve haver, há sempre riscos e aspectos que não controlamos totalmente e por isso podem não correr como idealizámos, e podem correr mal. E se assim for, temos de tratar de resolver. Mas fomos lá, tentámos, perseguimos um ideal ou vontade.
    Se nada se fizer, o arrependimento pode surgir por não se ter tentado.
    O que é pior? Para mim é não ter procurado o que queria.

    4 - Há uma grande sensação de liberdade quando o foco se mantém apontado para a nossa vontade.
    Inicialmente a minha intenção era de uma mudança duas em uma, sendo que a primeira dependia também de outros, e depois concretizaria a segunda.
    Chegou a uma certa altura que a pergunta "o que é que eu quero?" passou a andar mais na minha cabeça. E depois a resposta "então luta por isso, por ti".

    5 - A nossa geração não lida bem com mudanças grandes de vida, e com o consequente risco, a partir dos quarentas, cinquentas. E estou em crer que isto influencia a capacidade de tolerância, a aceitação de soluções que não encaixam nos formatos normais.

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    1. claro que não foi só por causa de uma cena de um filme, era bom, era... :) mas sim esse avolumar de um desejo e uma vontade, sempre em crescendo. deu-se apenas a curiosidade de ter visto o filme num momento em que estava quase a decidir, e ter sentido identificação com alguém que (num filme) dava um passo similar.
      (e, de uma forma ou outra, também senti/vivi alguns dos aspectos que refere)
      o mais importante para mim é hoje olhar para trás e não sentir qualquer arrependimento pelo passo que dei, antes pelo contrário :)

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