tínhamos os olhos muito abertos.
queimávamos madrugadas de fio a pavio
e as aves desmanteladas que te dava para consertares
conheciam sempre finais felizes.
foram noites gigantes
a olhar pelo buraco da agulha
e a imaginar que do outro lado chegavam as mãos
e as bocas e os peitos.
ocupámos a casa inteira
e suturámos lentamente o coração.
agora estou dentro do sono.
um barco encalhado assinala esta tragédia
e já não sei como convocar os ventos e as marés.
as noites passam lentas e perseguem-me
como animais ainda por nomear.
Leonor Castro Nunes
belíssimo!
ResponderEliminartambém acho ;)
Eliminareu não acho*, e digo mais:
ResponderEliminar- queremos saber desse teu Dédalo, transcreve pedaços, saberemos ligá-los :)
________
Raios, querido Youssouf Ludwig, que te anda a dar aqui para tamanhas doses de angústia; tu ainda não percebeste que te ajudaremos sempre a dar nome aos animais? :D
Um abraço, grande.
olá,
Eliminartranscrevo dois pedacinhos… sem angústia alguma, apenas gosto por textos bem escritos ;)
feliz natal para ti e os teus.