em "palace", um dos meus cornell favoritos, joseph recolheu ramos da árvore que havia nas traseiras da sua casa em 3708 utopia parkway e colocou-os a servir de fundo a uma fachada de um grande edifício, encerrando posteriormente o conjunto numa das suas caixas mais icónicas. em bom rigor, a mim parece-me mais um hotel que um palácio, mas existe um pequeno pormenor que faz toda a diferença: quando nos aproximamos e tentamos olhar para o interior daquelas janelas entreabertas, descobrimos com surpresa que está alguém a olhar para nós, como se os hóspedes do hotel nos observassem numa muda interrogação. e é então que percebemos que existem ali, abrigadas pelas pequenas persianas, superfícies espelhadas: são os nossos olhos que nos olham - e não é uma visão de viajantes a pernoitar num quarto alugado, são os senhores do palácio que nos reprovam a curiosidade, com um olhar de enfado pela nossa imprudente ousadia.
palace
joseph cornell
Ah, é a semana das pérolas das pérolas.
ResponderEliminarEsta metodologia até tem graça. :)
…e não ofende ;)
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