um velho azul de elmore james, recordando aquela sua slide-guitar e o inconfundível bottle-neck…
Well
I'm standin' at the crossroads,
With
my head hung down and cryin'
Well
I was lookin' for my baby,
And
I know she’s not around
I
work hard for my baby,
And
she treats me like a slave
Well
she was be tired of livin',
I'll
put her six feet in the grave
Well
I'm standin' at the crossroads,
And
my baby's not around
Well
I began to wonder,
If
this is Elmore's second down
I'm
standin' here waitin' baby,
With
my heart right in my hand
I'm
lookin' for my baby,
And
she's out with another man
Arte poética
Tu lês este
poema. E para quê?
Que procuras tu nele? O movimento
dos mesmos
lábios, sombra que se vê
cair sobre
as palavras, o tão lento
bafo animal
pela atmosfera fria
ou talvez,
junto a um rio, esta viagem
que
ignoramos e cerca a noite e o dia
com outra
face? A metáfora, a imagem?
Lê o poema,
escuta a própria voz
dele, que
não é minha, e só existe em nós.
Fernando
Guimarães
26 julho 2015
adele bloch-bauer
gustav klimt
25 julho 2015
[febre de sábado à noite]
I don’t want to feel all cooped up
I feel like I’m on a chain
I got my ride all souped up
We’re never coming back again
Time it don’t mean nothing
Money means even less
Don’t bring nothin baby
You’re better then all the rest
I wanna go get lost
When you wear that real tight sweater
You know I can’t resist
It’s been that way forever baby
Ever since we kissed
Roll down all the windows
Turn up Wolfman Jack
Please, please love me tender
Ain’t nothin wrong with that
Let’s go get lost
I wanna go get lost
Whatever that they told you about me
Well all of it’s true
You’re never gonna be with out me baby
I’m never gonna be without you
Top it off, fill it with high test
Think about it what cha gonna tell your boss?
And get lost
I just wanna get lost
All night long…
24 julho 2015
Carta de
navegação
Talvez além
do que tu vês
não esteja
nada
nem a alada
criatura com que sonhas
sequer a
sombra da sombra de uma sombra
Talvez
nisso que vês só haja o espelho
de um
desejo sem rosto e sem esperança
que toda a
vida (às vezes) seja apenas
esse
deserto crescendo à tua volta
Aprende a
não amar o amor
a nada
querer
não desejar
o desejo
nada ter.
Bernardo
Pinto de Almeida
[campo das cebolas]
23 julho 2015
Cet amour
Cet amour
Si violent
Si fragile
Si tendre
Si désespéré
Cet amour
Beau comme le jour
Et mauvais comme le temps
Quand le temps est mauvais
Cet amour si vrai
Cet amour si beau
Si heureux
Si joyeux
Et si dérisoire
Tremblant de peur comme un enfant dans le noir
Et si sûr de lui
Comme un homme tranquille au milieu de la nuit
Cet amour qui faisait peur aux autres
Qui les faisait parler
Qui les faisait blémir
Cet amour guetté
Parce que nous le guettions
Traqué blessé piétiné achevé nié oublié
Parce que nous l'avons traqué blessé piétiné achevé nié oublié
Cet amour tout entier
Si vivant encore
Et tout ensoleillé
C'est le tien
C'est le mien
Celui qui a été
Cette chose toujours nouvelles
Et qui n'a pas changé
Aussi vraie qu'une plante
Aussi tremblante qu'un oiseau
Aussi chaude aussi vivante que l'été
Nous pouvons tous les deux
Aller et revenir
Nous pouvons oublier
Et puis nous rendormir
Nous réveiller souffrir vieillir
Nous endormir encore
Rêver à la mort
Nous éveiller sourire et rire
Et rajeunir
Notre amour reste là
Têtu comme une bourrique
Vivant comme le désir
Cruel comme la mémoire
Bête comme les regrets
Tendre comme le souvenir
Froid comme le marbre
Beau comme le jour
Fragile comme un enfant
Il nous regarde en souriant
Et il nous parle sans rien dire
Et moi j'écoute en tremblant
Et je crie
Je crie pour toi
Je crie pour moi
Je te supplie
Pour toi pour moi et pour tous ceux qui s'aiment
Et qui se sont aimés
Oui je lui crie
Pour toi pour moi et pour tous les autres
Que je ne connais pas
Reste là
Là où tu es
Là où tu étais autrefois
Reste là
Ne bouge pas
Ne t'en va pas
Nous qui sommes aimés
Nous t'avons oublié
Toi ne nous oublie pas
Nous n'avions que toi sur la terre
Ne nous laisse pas devenir froids
Beaucoup plus loin toujours
Et n'importe où
Donne-nous signe de vie
Beaucoup plus tard au coin d'un bois
Dans la forêt de la mémoire
Surgis soudain
Tends-nous la main
Et sauve-nous.
Jacques Prévert
la blanche et la noire
félix valloton
22 julho 2015
…e um pouco mais de céu na terra... [mozart, concerto para flauta e harpa, andantino]
[estrada das laranjeiras]
21 julho 2015
fábula da noite cá dentro
a
melancolia desceu sobre mim como o escuro desta noite à beira-rio
e a tua memória,
outrora gravada a ferro em pedra, esvai-se esvai-se
enquanto a chuva
cai sobre a saudade de um tempo de suave recordação
se
todas as gotas que já caíram se pudessem esquecer talvez te reinventasse,
talvez a tua
imagem não fosse assim difusa e diluída como estas lágrimas,
e estas esferas
de sal caíssem e rolassem e seguissem o rio mesmo até à foz
mas
não. embaciado como o respirar condensado nos vidros enregelados,
vejo-te
desaparecer na sombra dos candeeiros que iluminaram este momento,
porque desponta
o dia lá fora mas volta a cair de novo a noite cá dentro
golconde
rené magritte
20 julho 2015
este é um dos grandes azuis de marion walter jacobs, e um bom exemplo da sua peculiar abordagem à harmónica como instrumento solista.
Gone and left me
Left me here to cry
Know I love her
Know she's my desire
Came home this mornin’
'Bout half past four
Found that note
Lyin' on my floor
"Goin' away and leave you
You just don't know."
Heard some bad talk
Somethin' that you said
Come on back, baby
Honey, please don't go
Well, I love you
You'll never know
My kind-a baby
You know it's so
I could tell you
You know it ain't no joke
Come on back, baby
Don't do me wrong
You know I love you
Please, come back home
Come on back home
19 julho 2015
não há direito! não há direito! não há direito! não há
direito! não há direito! não há direito! não há direito! não há direito! não há
direito! não há direito! não há direito! não há direito! não há direito! não há
direito! não há direito! não há direito! não há direito!
não há direito! já
perdi o freud em 2013 e vou a viena daqui a uma semana e vou perder o meu
querido cornell! não há direito! não há direito! não há direito! não há
direito! não há direito! não há direito! não há direito! não há direito! não há
direito! não há direito!
não há direito! não há direito! não há direito! não há
direito! não há direito! não há direito! não há direito! não há direito!
num jantar que proporcionou recordar música que já não se ouvia "há qu'anos", recordei esta coisa boa de monsieur navarre, a que sabe sempre bem retornar.
[alto dos moinhos]
17 julho 2015
Esta areia fina
Não sei
se o que
chamam amor é este apaziguamento.
Não sei se
comias fogo. Tuas abelhas
voam agora
em círculos tranquilos.
Mães serenam
seus filhos no ventre,
não sei se o
que enfim chamam
amor é esta
areia fina.
Agora
estamos um dentro do outro,
fazemos
longas visitas deslumbradas
porque «o
nosso prazer lembra um rio vagaroso
no meio de
juncos ao cair da tarde.»
As palavras
tornam-se esquivas. Com o silêncio
falaríamos
melhor de tudo isto.
Não sei se o
que chamam amor
é a cama
desfeita o sol fugindo,
uma vontade
louca de beber
a grandes
goles a noite entorpecente.
Com o
silêncio, o silêncio sem nome:
morremos a
meio do filme
simples,
calada, delicadamente.
Eras tu, amor? - Era eu, era eu!
Um barco junto
à margem. E cegonhas.
Fernando
Assis Pacheco
[padrão dos descobrimentos - belém]
16 julho 2015
ainda o inesquecível concerto de ontem: nunca, nunca mesmo, apostaria que fosse possível ouvir uma canção de bowie… (mas se o fizesse tinha ganho porque os lambchop, falsettos afinados e tudo, terminaram com uma grande cover disto):
They pulled in just behind the bridge
He lays her down, he frowns
"Gee my life's a funny thing, am I still
too young?"
He kissed her then and there
She took his ring, took his babies
It took him minutes, took her nowhere
Heaven knows, she'd have taken anything, but
[chorus]: All night
She wants the young American
Young American, young American, she wants the
young American
All right She wants the young American
Scanning life through the picture window
She finds the slinky vagabond
He coughs as he passes her Ford Mustang, but
Heaven forbid, she'll take anything
But the freak, and his type, all for nothing
He misses a step and cuts his hand, but
Showing nothing, he swoops like a song
She cries "Where have all Papa's heroes
gone?"
[chorus]
All the way from Washington
Her bread-winner begs off the bathroom floor
We live for just these twenty years
Do we have to die for the fifty more?"
[chorus]
Do you remember, your President Nixon?
Do you remember, the bills you have to pay?
Or even yesterday?
Have been the un-American?
Just you and your idol sing falsetto
'bout leather, leather everywhere, and
Not a myth left from the ghetto
Well, well, well, would you carry a razor
In case, just in case of depression?
Sit on your hands on a bus of survivors
Blushing at all the afro-Sheeners
Ain't that close to love?
Well, ain't that poster love?
Well, it ain't that Barbie doll
Her hearts have been broken just like you
[chorus]
You ain't a pimp and you ain't a hustler
A pimp's got a Cadi and a lady got a Chrysler
Black's got respect, and white's got his soul
train
Mama's got cramps, and look at your hands ache
(I heard the news today, oh boy)
I got a suite and you got defeat
Ain't there a man who can say no more?
And, ain't there a woman I can sock on the
jaw?
And, ain't there a child I can hold without
judging?
Ain't there a pen that will write before they
die?
Ain't you proud that you've still got faces?
Ain't there one damn song that can make me break down and cry?
object (abeilles)
joseph cornell
15 julho 2015
[ não queria que o concerto acabasse. e quando cheguei a casa ouvi isto. ]
14 julho 2015
fábula do coração inquebrável
algo se desfizera dentro de si. sentiu-se um destroço. em
lágrimas publicou
um anúncio no jornal: “procura-se coração inquebrável.
dão-se alvíssaras”
no dia seguinte, ao abrir as folhas do mesmo diário, a notícia ao lado era:
“encontrou-se coração partido. entrega-se a quem provar pertencer-lhe”