Morangos
No começo do amor, quando as cidades
nos eram desconhecidas, de que nos serviria
a certeza da morte se podíamos correr
de ponta a ponta a veia eléctrica da noite
e acabar na praia a comer morangos
ao amanhecer? Diziam-nos que tínhamos
a vida inteira pela frente. Mas, amigos,
como pudemos pensar que seria assim
para sempre? Ou que a música e o desejo
nos conduziriam de estação em estação
até ao pleno futuro que julgávamos
merecer? Afinal, o futuro era isto.
Não estamos mais sábios, não temos
melhores razões. Na viagem necessária
para o escuro, o amor é um passageiro
ocasional e difícil. E a partir de certa altura
todas as cidades se parecem.
Rui Pires
Cabral
em vez de morangos podem ser cerejas?
ResponderEliminarGosto tanto :P
;)
EliminarQue poema tão enternecedor!
ResponderEliminar"No começo do amor" - Lindo!
"todas as cidades se parecem", mas… a minha lisboa é mais linda que a tua ;)
EliminarMuito bonito. :)
ResponderEliminar;)
EliminarMas o pior é que já achamos perigoso e, pior ainda, disparatado comer morangos na praia ao amanhecer..
ResponderEliminar;)
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