Ego
vou procurar-te em toda a extensão do meu corpo,
sei que me habitas,
sepultado algures no meu ego.
se não estás aqui, estás nas entranhas das estrelas e é igual,
é a língua de um filme que achaste medíocre por ser abstracto,
é o leque cromático da gramática
que me impinges,
são os nervos exaltados que gritam com o poema
e é o poema que grita
e as palavras que estremecem até aos tendões.
cravo cada letra até à mais profunda solidão
e as folhas lamentam o peso das sílabas.
Sara
F. Costa
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