a cadeira de mogno
maria f. roldão
ed. de autor
um dos problemas (frequentemente irresolúveis) com que se debate a poesia de carácter mais íntimo é conseguir ultrapassar a dificuldade em não cair no eroticamente óbvio, expectável e gratuito. estes poemas fazem-no com elegância e maestria. não é para todos.
os naufragistas
robert louis stevenson + lloyd osbourne
ed. tinta da china
não sei se será mesmo o melhor livro de stevenson, como dizia borges, mas seguramente anda lá perto. grande narrativa, que nos prende desde a primeira página.
frank : sonnets
diane seuss
ed. fitzcarraldo
é quase uma autobiografia, ilustrada por momentos, memórias e sentimentos em mais de uma centena de sonetos (que de soneto só têm o facto de conterem catorze versos). a autora nunca se perde aquele seu brilho confessional, cru e honesto - e este livro, belo, ganhou merecidamente um pulitzer.
no country for old men
cormac mccarthy
ed. picador
tem sido assim nos últimos tempos: vejo ou revejo o filme e, claro, dou por mim a reler passagens do livro.
the collected stories of… (volume four)
philip k. dick
ed. gollancz
volume final desta recolha dos contos de dick, onde se destacam “the electric ant”, “oh, to be a blobel!”, e ainda o célebre “we can remember it for you wholesale”, adaptado ao cinema como “total recall”. foi uma viagem fascinante pelo reino da ficção científica, um universo a tentar explorar no futuro (salvo seja!)...
dicionário de proust
joão pedro vala
ed. quetzal
o começo de um livro é precioso. este, seguramente um dos melhores do ano, abre com uma magnífica frase, resplandecente e redentora: por decisão do autor, esta obra segue a grafia anterior ao acordo ortográfico de 1990. e depois, ao longo de 23 apaixonantes entradas (uma por cada letra do alfabeto), desenrola-se perante o nosso olhar um magnífico ensaio sobre a vida e obra de marcel proust, com natural ênfase na “recherche”, algo que nos faltava e não sabíamos.
Sem comentários:
Enviar um comentário
cartografe aqui: