provas irrefutáveis da minha inferioridade mental
diogo paiva
ed. cutelo
são alguns poemas longos, espaçados por textos mais breves, quase aforismos - e tudo a propósito dessa sã loucura de quem se sabe ser poeta. um grande pequeno livro que contém provas irrefutáveis de que a poesia não se pode comprovar, apenas provar.
ex-libris
anne fadiman
ed. penguin
dúzia e meia de curtos ensaios sobre livros, prateleiras, citações, bibliotecas, palavras, leituras e tudo aquilo que interessa a um bibliófilo. um pequeno grande livro para quem gosta deles.
vozes
antonio porchia
ed. língua morta
completíssima edição dos pensamentos de porchia tornados palavras escritas, essas quase mil e duzentas vozes que não são apenas breves aforismos poéticos e sim um dos retratos mais profundos do que é o cerne da poesia enquanto voz interior e pensamento sem fim. homem íntegro e austero, nunca se disse poeta mas foi-o sempre. neste livro fundamental estão ainda incluídos: um belo prefácio de jorge luis borges, um ensaio de roberto juarroz, entrevistas, testemunhos vários e ainda duas cartas de alejandra pizarnik.
the trouble with happiness (and other stories)
tove ditlevsen
ed. penguin
reunião de dois livros de contos da autora dinamarquesa, muito subordinados a essa ideia do problema da felicidade estar/ser frequentemente n/aquilo que não se pode ter. conjunto de contos curtos e agridoces, centrados no casamento e na família, em que situações quotidianas (a ansiedade de uma esposa para não acordar o marido, o terror de um rapaz pela perda de uma faca oferecida pelo pai, a dona de casa ciumenta que despede a empregada, o desânimo de uma mãe abandonada por ser obrigada a vender a casa, a rapariga que sonha com um baile de máscaras, etc.) se tornam inesperadamente densas pelos brilhantes retratos (sempre e apenas psicológicos) dos personagens. muito bom, merecia uma tradução em português são e escorreito.
idol, burning
rin usami
ed. canongate
um relato ficcionado, belo e perturbador, do que é hoje um traço da cultura adolescente japonesa: o culto dos oshi. ganhou o akutagawa de 2020.
beat
vv. aa.
ed. do lado esquerdo
uma surpreendente e boa selecção de poetas da geração ‘beat’, que tem a virtude de incluir biografias e saber conjugar poemas traduzidos de nomes mais ‘consagrados’ (ginsberg, o’hara, ferlinghetti, brautigan) com outros menos conhecidos (cowen, sanders, corso).
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