03 maio 2022

 


 

Soneto  menor  à  chegada  do  verão

 


 

 

Eis como o vento
chega de súbito,
com seus potros fulvos,
seus dentes miúdos,

seus múltiplos, longos
corredores de cal,
as paredes nuas,
a luz de metal,

seu dardo mais puro
cravado na terra,
cobras que despertam
no silêncio duro –

Eis como o verão
entra no poema.

 

 

 


 

Eugénio de Andrade

 






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