No atingir a idade de duzentos anos
Quando acordei na manhã
do meu ducentésimo aniversário,
esperava ser consultado
por suplicantes,
tal como a Sibila em Cumae.
Poderia ter-lhes dito alguma coisa.
Ao invés, foi o habitual:
toranja seca ao pequeno-almoço,
Mozart toda a manhã, interrompido
pelas asas das abelhas,
e fazer amor com uma mulher
de cento e oitenta e um anos de idade.
Na minha festa de aniversário
apaguei duzentas velas
uma de cada vez, fazendo
uma sesta a cada vinte e cinco.
Depois, fui para a cama, às cinco e meia,
no dia do meu ducentésimo aniversário,
e adormeci e sonhei
com uma casa não maior que a de uma pulga
com duzentos quartos dentro dela,
e em cada um dos quartos uma cama,
e em cada uma das duzentas camas
eu a dormir.
Donald Hall
(tradução minha)
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