10 novembro 2020

 


 

 

 

Não sei qual é o barco ou se há barco.

Sei que navegamos um no outro

que nos encontramos para a navegação.

A uma ilha rubra chamamos coração.
Entre a minha e a tua um sulco de água

se abre. Por vezes cicatriz. Ou só espuma.

E se há mar o teu é perfumado

sem rosa-dos-ventos, portulanos, astrolábios.

Puro mar salgado. Nele um marinheiro

te navega. Serei eu, um dia naufragado.

 

 

 



Carlos Poças Falcão

 

 




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