08 julho 2020





O  soldado  na  praça  Tianamen



Olha em frente um ponto cego
um rumor que não tem pressa de ser som
nada sente nem procura
perde-se hirto no vazio
a areia do tempo cai-lhe corpo abaixo
caule sem seiva nem ramos
a cabeça indiferente numa espera inútil
flutua no verde azeitona da farda larga e triste
que a brisa solta da tarde levemente sacode
como um poste seco no deserto




José Manuel de Vasconcelos





1 comentário:

  1. A poesia não deve ser depreciativa e muito menos funcionar como agressão mesmo que de forma subreptícia.

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