26 fevereiro 2019






aqui não há ninguém

o quarto é um pedaço de espelho
com uma mulher a um canto
nada mais que um reflexo

de que cor será o dia
quando fechar as janelas?




Maria Sousa





23 fevereiro 2019






adoro esta canção, do primeiro disco de lloyd cole após os commotions,
e acho loveless... full of love. nunca percebi a razão de gostar tanto de
canções tristes - e de estas me porem alegre quando as ouço. neste caso
penso que será também pelo grande poema escondido na letra.






you lie in the heat of a summer haze
and turn it into a winter's tale
you pull down the blinds and shut out the sky
and do what you can to turn the whole thing grey
you're crying and pleading and you're hell just to be with
and you're everything that i'll ever need
so why do you say you love me when you don't?
you fall back into the english way
of feeling only guilt 'cause you feel no pain
you sit and you stare at the empty page
and then you fill it with verse, make the whole thing worse
you lie and you cheat your own mind to believing
that you don't need anything or anyone
so why do you say you love me when you don't?
and why should i feel blue when i do? why?
you lie in the heat of a summer haze
and turn it into a winter's tale
you fall back into the english way
of feeling only guilt 'cause you feel no pain
you're crying and pleading and you're hell just to be with
and you're everything that i'll ever need
so why do you say you love me when you don't?
why should i feel... and who's gonna love the loveless if not you?
why? why?





19 fevereiro 2019





veia  poética

  


a minha musa, se existe alguma que se interesse por aquilo
que escrevo, deve ser a mais reservada de todas as que há,
pensava eu quando era novo, porque durante muitos anos
jamais se dignou aparecer sem convite ou comparecer nos
raros momentos em que foi invocada. mas devo dizer que
um tempo houve em que a sua presença, apesar de fugaz,
se notou e foi nesses raros momentos que me apercebi de
quão dissimulada gostava de ser. a última vez que dei por
ela estava disfarçada de veia poética, um saliente fio azul
no meu antebraço. nunca mais me apareceu, razão pela
qual estou cada vez mais convencido de que foi furtada
e desde então nunca mais dei sangue, nem para análises.






16 fevereiro 2019





quando acordas e o teu dia parece ir ser do pior que há
já sabes, só tens de clicar no clip e cantar o foux da fa fa










11 fevereiro 2019






se um dia tivesse que reduzir a minha biblioteca a 3 livros, quais seriam?
olha, feissebuque, isso é tão impossível que vou desconversar e nomear:





já agora, fica também com a banda sonora a condizer
- por sinal o meu ringtone há não sei quantos anos... 








08 fevereiro 2019






A navalha



as palavras são lixo
armas gastas pelo uso inofensivas

como uma navalha de papel de alumínio





Pablo García Casado