28 agosto 2018





nos primeiros dias de setembro vai nascer o 3º número da revista NERVO
que reúne poesia inédita de inúmeros bons autores, portugueses e outros. 
vale a pena, acreditem, apesar de conter alguns poemas escritos por mim.











27 agosto 2018





facto: não há novidade nas novas canções dos c.a.s.
mas por vezes é bom saber que o que é bom se mantém










21 agosto 2018





sobre  o  valor das  palavras





não me parece que o jacarandá queira saber em que estilo
literário é mais fielmente retratado ou, quando floresce, 
de quem é o poema que melhor revela o seu perfume lilás


nem seria educado interrogá-lo sobre o valor das palavras 
ou o que mais gostaria de ler sobre as recordações em nós 
implantadas desses momentos de serena paz à sua sombra


não creio que a emoção da lembrança, grata ou magoada, 
apenas ocorra após um distante afastamento, quando olho
para estas águas sei que o tejo me faz ter saudades de lisboa


nem é tão parvo quanto se pensa endereçar cartas a si próprio,
sempre recebemos, num envelope já conhecido, algumas linhas 
contendo exactamente as palavras que mais desejaríamos ler





19 agosto 2018





volta e meia acontecem-me coisas destas: 
andei a reouvir umas canções do senhor e
agora dois discos antigos dele tornaram-se
a incontornável banda sonora deste verão...









11 agosto 2018





Contra Remedia Amoris




Não sou desse género de mulheres
incapazes de amor e de ternura.
Odeio o sacrifício e repugna-me
a vaidade que nasce da violência,
mas sei o que é valor e o que é sangue.
Quero ser a mulher de um mercenário,
de um poeta ou mártir, vai dar ao mesmo.
Porque sei olhar nos olhos dos homens.
Conheço quem merece a minha ternura.





Amalia Bautista






03 agosto 2018






Prazer. Mais do que isso. A pureza de uma tarde de sol sem
humidade nem nuvens.
Deserto. Não propriamente deserto.
Mas o tumulto estático da areia infinita.

Corpo. Não propriamente um corpo.
Um elo. Um anel não fechado.

Um homem.
Não propriamente um homem.

Um deus.
Exactamente um deus.





Alberto de Lacerda