fábula de adão e eva
chegou cansado, com um braçado de gravetos mirrados.
sobre o tampo de mármore da pequena mesa repousava
uma maçã. chamou-a uma, duas vezes. mas o que é isto,
interrogou-a com olhar duro, colheste-a naquela árvore,
não foi. negou uma, duas vezes, bem sabes que jamais o
faria, acrescentou, sei que é proibido. então ele acendeu
a fogueira e perguntou pela última vez, juras. ela olhou-o
afirmativamente, aproximou-se do fruto e trincou-o. ele
sentiu aqueles braços percorrendo-lhe o corpo, o convite
ao abandono, o odor que emanava da sua pele, o abismo.
lá fora, uma diáfana serpente olhou para os céus e sorriu.
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