04 março 2017







Amo-te nesta ideia nocturna da luz nas mãos
E quero cair em desuso
Fundir-me completamente.
Esperar o clarão da tua vinda, a estrela, o teu anjo
Os focos celestes que a candeia humana não iguala
Que os olhos da pessoa amada não fazem esquecer.
Amo tão grandemente a ideia do teu rosto que penso ver-te
Voltado para mim
Inclinado como a criança que quer voltar ao chão.




Daniel Faria






3 comentários:

  1. E à conta deste Daniel, lembrei-me de outro, o que (des)inventou o amor. Um pedaço:

    É preciso cantar, é preciso sorrir,
    encher a escuridão com árvores sem nome.

    Pelo silêncio na planície pela tranquilidade em tua voz
    pelos teus olhos verdes estelares pelo teu corpo líquido de
    bruma
    pelo direito de seguir de mãos dadas na solidão nocturna
    lutaremos meu Amor
    Pela infância que fomos pelo jardim escondido que não teve
    o nosso amor
    pelo pão que nos recusam pela liberdade sem fronteiras
    pelas manhãs de sol sem mácula de grades
    lutaremos meu Amor

    Pela dádiva mútua da nossa carne mártir
    pela alegria em teu sorriso claro pelo teu sonho imaterial
    pela cidade escravizada pela doçura de um beijo à despedida
    lutaremos meu Amor

    Pelos meninos tristes suburbanos
    contra o peso da angústia contra o medo
    contra a seta de fogo traiçoeira cravada
    em nosso doce coração aberto
    lutaremos meu Amor

    Na aparência sozinhos multidão na verdade
    lutaremos meu Amor


    Excerto de "A invenção do amor", Daniel Filipe


    Bom domingo, josé luís!

    ResponderEliminar

cartografe aqui: