21 julho 2016






fábula  dos  jogos  de  palavras  sem  graça





a primeira vez que fui à alemanha procurei beber água de colónia,
comer uma bola em berlim e, claro, encontrar um pastor alemão:
muitos campos percorri até encontrar um rebanho com esse pastor,
depois pareceu-me que a água de colónia sabia indecentemente a cloro
e, pelos vistos, já desconfiava, não existem bolas de berlim nessa cidade.
após estas desilusões, desisti de procurar alguma podridão na dinamarca
e deixei de tentar provar determinadas couves em bruxelas e na galiza,
mas estes jogos de palavras sem graça não me fazem esquecer os livros.
é que, se eu mandasse, livros seria a única prenda que se poderia oferecer.
e se eu mandasse mesmo muito, creio que teriam de ser livros de poesia.





13 comentários:

  1. bolas, que ignorância! :)
    , a única viagem é o amor, mas deste não consta a historiografia.

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  2. josé luís, isso de seguir um postal turístico nem parece seu... julgava que não constava do traçado destas cartas... :)

    Quando se fala de livros, lembro-me muito deste excerto:
    "Os livros, esses animais opacos por fora, essas donzelas. Os livros caem do céu, fazem grandes linhas rectas e, ao atingir o chão, explodem em silêncio. Tudo neles é absoluto, até as contradições em que tropeçam. E estão lá, aqui, a olhar-nos de todos os lados, a hipnotizar-nos por telepatia. Devemos-lhes tanto, até a loucura, até os pesadelos, até a esperança em todas as suas formas.

    José Luís Peixoto
    in, "Abraço"
    1ª. Edição - Outubro 2011

    Não fala especificamente de livros de poesia, mas fala de livros.

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    1. vou confessar-lhe uma coisa: não gosto nada do peixoto. e irrita-me que se chame josé luís. :P

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    2. Nem reparei na coincidência do nome... Foi pontaria! :)

      Não percebi se não gosta do Peixoto no que ele mostra ser e na atitude ou pelo que ele escreve.
      Do que vi em entrevistas e apresentações de livros não apreciei a forma de estar, apesar de também não me causar repulsa.
      Gosto de alguns livros que escreveu, de que destaco este, "Abraço".

      Quando faço citações não significa que na generalidade gosto do autor ou da maior parte da obra.
      Para esses casos basta-me - como aconteceu aqui - que me identifique com o excerto ou que o mesmo me faça pensar.

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    3. não gosto do peixoto como escritor de prosa, mas tem alguns poemas que me dizem bastante. :)

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  3. um dia ofereceram-me um livro de poesia. exactamente o que eu queria :)
    já bolas de berlim, ninguém me oferece. pastor alemão já tive e o meu avô usava água de colónia, mesmo. :)

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    1. respondes-me com um ponto e virgula e um parêntesis e rogo-te três pragas....

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    2. "não existem bolas de berlim nessa cidade"

      Existem, sim senhor! São péssimas, parecem-se mais com donuts (sem buraco), mas existem.

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    3. existem umas coisas parecidas, sim, são as "berliner", mais pequenas e têm um recheio de framboesa ou lá o que era. provei a não aprovei. se as nossas são uma cópia, suplantaram largamente o original :) ou seja, bolas de berlim (como as nossas) não existem em berlim ;)

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  4. gostei da prosa, está muito bem assim

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