fábula de um lento solo de piano
é aqui, nesta
obscuridade das paredes nuas, que um som me acorda
um ruído de
fogueira, de rumor de mar ou oboé longínquo
tento decifrar a
mensagem onde há notas de harpa
por vezes apenas um
lento solo de piano
não reparei logo
que a música era interior, apenas escutada em mim
pois me pareceu que
emanava da tua respiração adormecida
uma melodia
ondulante que pairava triste sobre nós
por vezes apenas um
lento solo de piano
e se fosses tu a
tocar? se o agora estivesse a recordar um outro tempo
em que serenas
as tuas mãos apenas afloravam essas teclas
e entoavam em
segredo algo que só nós ouvíamos
por vezes apenas um
lento solo de piano
e se fosse um deus
a tocar? se assim quisesse lembrar o fim da noite
dizer-me que as
canções intuídas não podem ouvir-se assim
que há uma ária não
segredada no silêncio do sono
por vezes apenas um lento solo de piano
Mais do que belo!
ResponderEliminarBeijo, Zé Luís. :)
Tão bonito :)
ResponderEliminarAs tuas palavras têm uma melodia rara
Beijos
;)
Eliminareste poema havia de ficar muito bonito, se fosse dito :)
ResponderEliminar:)
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