fábula da cartografia das palavras
sem rumo
dobrado o cabo quis reunir as dispersas palavras que me
seguem
deitadas ao rio segui-lo-iam até ao mar e regressariam
com a chuva
breves e fugazes não aproam aos portos certos nem
revelam pistas
falam de outros destinos e creio que quando as correntes
o permitem
decerto aportam a outros cais que sei haver ancorados
dentro de nós
quero acreditar que existem portulanos e cartas de marear
que as citam
fui buscá-las a bordo de uma escrita difusa que outros
navegaram de cor
o meu atlas mais não é que uma resumida cartografia de
palavras sem rumo
são diários de bordo náufragos em mim mas à deriva num
oceano imaginado
e neles apenas se ouve o murmúrio de palavras que
conduzem a outros mapas
Anda a esmerar-se, josé luís!
ResponderEliminarJá reparou que tem uma fábula rés-vés, não a Campo de Ourique, mas ao óPtimo? ;)
;)
Eliminarque belas cartas...
ResponderEliminar;)
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