29 outubro 2015





  
sou eu




sussurro muito baixinho que gosto de ti. parece que não ouves, mas sentes. não é da voz que me saem as palavras, é da alma e de mansinho, é a alma feita voz, reivindicando a sua percentagem de condição humana. gosto de ti, e este gostar envolve-te em pedacinhos de algodão, beija-te na testa, tacteia o teu rosto, passeia as pontas dos dedos pela tua mão. 

a minha alma hoje dá-se os direitos do corpo, e quando estiveres a dormir, vai enroscar-se nos teus braços, num aconchego morno. tu nem vais dar por ela, vais pensar que é um sonho e sorrir. sou eu.






Ana Paula Esteves






(lê-se num sussurro muito melhor aqui)

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