fábula onde o
tempo não corre
por vezes
contento-me em mais não ser que ser assim
uma canoa
dormindo num areal um sono agreste e cru
e nesses
momentos sinto nascer um labirinto em mim
no qual me perco
e me descubro: o teu corpo agora nu
porque
o teu corpo lembra um mar onde a ondulação morre
e é nele que
sempre sempre naufrago quando estás aqui ao pé
sei que nesse
oceano há ilhas de mágoa onde o tempo não corre
mas dá-me ao
menos uma onda tua, uma só que evoque a maré
Com tanta ilha que há, aparentemente, as de mágoa, poderiam ser extintas. Mas se calhar desempenham alguma função.
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