Ao
entardecer, debruçado pela janela,
E sabendo de
soslaio que há campos em frente,
Leio até me
arderem os olhos
O livro de
Cesário Verde.
Que pena que
tenho dele! Ele era um camponês
Que andava
preso em liberdade pela cidade.
Mas o modo
como olhava para as casas,
E o modo
como reparava nas ruas,
E a maneira
como dava pelas cousas,
É o de quem
olha para árvores,
E de quem
desce os olhos pela estrada por onde vai andando
E anda a
reparar nas flores que há pelos campos ...
Por isso ele
tinha aquela grande tristeza
Que ele
nunca disse bem que tinha,
Mas andava
na cidade como quem anda no campo
E triste
como esmagar flores em livros
E pôr
plantas em jarros...
Alberto
Caeiro
Sabe, é muito interessante cruzar estas palavras com a foto que vem a seguir. Percebe-se melhor.
ResponderEliminar(E a foto é muito bonita!)
;)
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