Árvore
Conheço as
suas raízes. É tudo o que vejo.
Há um
movimento que a percorre devagar. Não sei
se ela
existe. Imagino apenas como são os ramos,
este odor
mais secreto, as primeiras folhas
aquecidas.
Mas eu existo para ela. Sou
a sua
própria sombra, o espaço que fica à volta
para que se
torne maior. É assim que chega
o que não
passa de um pressentimento. Ela compreende
este
segredo. Estremece. Comigo procuro trazer
só um pouco
de terra. É a terra de que ela precisa.
Fernando
Guimarães
[para a Rosa]
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