fábula das tuas mãos
as tuas mãos são as amarras que me prendem ao cais que
sou
são elas que me mantêm a flutuar no oceano que me afunda
é a elas que aporto, após mil regatas navegadas sem sabor
nas tuas mãos
desaguam dedos, braços de um delta esquecido
espraiam-se por breves momentos nos meus cabelos agrestes
e encerram em si promessas de esperança em cânticos de
silêncio
as tuas mãos despertam serenas após cada noite agitada
são o refúgio de mim próprio por entre mares de mágoa
junto a elas não é preciso sonhar, basta senti-las, assim
nas tuas mãos posso
não fazer frente à tempestade e à névoa
mas consigo ver nas ondas revoltas as mansas águas de um
lago
nas tuas mãos resgato um corpo... e entrego o meu
espírito
Até estou desconfiada que os amores-perfeitos - bonitas que são estas flores e o nome - saltaram da foto anterior para "as tuas mãos";)
ResponderEliminarLindo, José Luís!
;)
Eliminar;)
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