10 março 2015







três  fabulosos  desejos





queria, confessava ele, que a palavra ícone ainda não tivesse sido inventada


queria poder pensar  e escrever como montaigne, conceber os aforismos de wilde
e os tigres labirínticos de borges, desdobrar-me num qualquer dos irmãos pessoa e usar 
minúsculas como cummings, cantar a voz de pavarotti mas mais rouco que tom waits,
ser o trompete de miles davis ou a guitarra de hendrix, e imaginar as histórias de zappa,
conseguir temperar o cravo de bach com as mãos de gould, ou o jazz com as mãos de jarrett, 
captar a magia do momento numa foto de man ray, pintar a luz e as sombras como vermeer
e reinventar nas caixas de cornell todos estes e mesmo os outros ícones que ainda não há


querias, respondia ela, que a palavra ícone já tivesse sido inventada







2 comentários:

  1. Dava jeito, não era?
    ;)
    Mas olhe que referenciou várias coisas que já mostrou fazer muito bem. Como escrever, usar minúsculas, imaginar histórias que vão dar lindas fábulas como esta, pintar o mural de fotos da sua Lisboa que, decididamente, é sempre mais linda que a minha., ser um óptimo DJ... ;)

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