Nunca
vi triste o meu mestre Caeiro. Não sei se estava triste quando morreu, ou nos
dias antes. Seria possível sabê-lo, mas a verdade é que nunca ousei preguntar
aos que assistiram à morte qualquer cousa da morte ou de como êle a teve.
Em
todo o caso, foi uma das angústias da minha vida – das angústias reais em meio
de tantas que têm sido fictícias – que Caeiro morresse sem eu estar ao pé dêle.
Isto é estúpido mas humano, e é assim.
Eu
estava em Inglaterra. O próprio Ricardo Reis não estava em Lisboa; estava de
volta no Brasil. Estava o Fernando Pessoa, mas é como se não estivesse. O
Fernando Pessoa sente as cousas mas não se mexe, nem mesmo por dentro.
Álvaro
de Campos
Afinal esta gente conhecia-se toda;)
ResponderEliminarBom fim-de-semana, José Luís!
uma infinita irmandade ;) bom f-d-s
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