25 dezembro 2014





Último poema




É Natal, nunca estive tão só.
Nem sequer neva como nos versos
do Pessoa ou nos bosques
da Nova Inglaterra.
Deixo os olhos correr
entre o fulgor dos cravos
e os dióspiros ardendo na sombra.
Quem assim tem o verão
dentro de casa
não devia queixar-se de estar só,
não devia.






Eugénio de Andrade






4 comentários:

  1. Às vezes é preciso colar às datas mais normalidade do que seria suposto.
    Bom natal, José Luís.

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  2. Não devia!
    Boas Festas, José Luís! :)

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