fábula
das palavras cada vez mais curtas
e
depois a gaivota voa sobre o lamento do cais e de novo relembro a noite em que
partiste
num
orgulho de caravela em busca de uma pérola que se sabia impossível de colher
vogando
na pele do oceano sem ler mais cartas de marear escritas nas estrelas
descobrindo
na obscuridade o brilho da ária secreta da solidão das águas
e
como este meu porto deixou de ser de abrigo para a nossa voz
mas
nem essa recordação mantém o mesmo eco
pois
sinto as palavras cada vez mais curtas
e já
só queria lembrar-me desse mapa
navegar
à deriva pelo teu corpo
percorrer
os teus rumos
invadir
o teu mar
rasgar
o azul
sempre
tu
Olha, esta está boa: o José Luís anda a brincar à geometria com as palavras;) Só para confirmar, e mesmo que me chamem muito burra: é um triângulo rectângulo invertido, não é?
ResponderEliminarPara além de ser agradável à vista, esta história irradia tranquilidade. Apesar do lamento trazido por essa gaivota teimosa que, pouco a pouco, obriga a engolir as palavras que não é preciso dizer.
Gostei tanto que a minha cleptomania já está a pular de contente;)
geometria invertida?! credo, isabel, são apenas palavras cada vez mais curtas ;)
Eliminarque saudades das fábulas de marear, gostei muito; e que bonito o desenho do poema visual, uma vela ou uma asa de anjo, que tudo o vento leva.
ResponderEliminarm. gosto da ideia de vela ;)
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