A jaula
Lá fora há sol.
É apenas o
sol
mas os
homens olham-no
e depois
cantam.
Eu não sei
do sol,
eu sei da
melodia do anjo
e o sermão
quente
do último
vento.
Sei gritar
até de madrugada
quando a
morte se põe nua
na minha
sombra.
Choro
debaixo do meu nome.
Abano lenços
na noite
e barcos
sedentos de realidade
bailam
comigo.
Escondo
cravos
Para
escarnecer dos meus sonhos enfermos.
Lá fora há
sol.
Visto-me de
cinzas.
Alejandra Pizarnik
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