14 outubro 2014







fábula  serendipista






nunca me interessou que a origem da palavra fosse britânica
cunhada por walpole num conto sobre príncipes de serendip
que descobriam acidentalmente soluções para muitos dilemas
no antigo ceilão, graças às suas mentes abertas e sagacidade


também nada me confirma que tenha sido essa serendipity
a razão escondida por trás do célebre eureka de arquimedes
do nervo ciático da rã de galvani e do penicillum de fleming
do benzeno no sonho de kekulé com a cobra a morder a cauda
ou do inesperado lítio apaziguador das cobaias do doutor cade


apenas sei que junto letras, agrupo palavras e as reúno em frases
e por acaso, apenas por mero acaso, observo que quem lê o texto
afortunadamente parece entendê-lo e, por vezes, alguém até sorri







4 comentários:

  1. Eu magicamente sorri. Já lhe disse o quanto adoro as suas fábulas? Plim-Plim... Serendipity! ;-)))

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  2. ... não, muitas vezes, alguém sorri. E isso vale mais do que ouro;),
    Ah, e agrada-me esta forma de criatividade - serendipidade - que, pelo que sei, Pasteur resumiu na seguinte frase: "O acaso só favorece a mente preparada."
    Bonita fábula, José Luís!

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  3. Eu, josé luís, eu sorrio com os seus textos. E ainda estou a sorrir. :-)
    Muito bom.

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