a escrita é
a minha primeira morada de silêncio
a segunda
irrompe do corpo movendo-se por trás das palavras
extensas
praias vazias onde o mar nunca chegou
deserto onde
os dedos murmuram o último crime
escrever-te
continuamente... areia e mais areia
construindo
no sangue altíssimas paredes de nada
esta paixão
pelos objectos que guardaste
esta
pele-memória exalando não sei que desastre
a língua de
limos
espalhávamos
sementes de cicuta pelo nevoeiro dos sonhos
as manhãs
chegavam como um gemido estelar
e eu
persegui teu rasto de esperma à beira-mar
outros
corpos de salsugem atravessam o silêncio
desta morada
erguida na precária saliva do crepúsculo
Al Berto
Só precisava de saber escrever um décimo do que isto tem de bom;)
ResponderEliminarLindo, mesmo!