Como um barco amarrado ao cais
Como um barco
amarrado ao
cais, assim
estou eu. Quero perder-me
entre ondas e
marés, deixar que me
levem, não
ter de decidir. Quero
que o sal me
macere a pele e o
sol me doire
e eu deixe de ser
como sou.
Quero que a água me
lave por
dentro e a espuma escorra
pelos meus
dedos. Quero afogar-me
em silêncio e
vazio. Que caiam as pontes,
que as
margens se afastem até ao
infinito e eu
não tenha como voltar. Se
perder os remos,
melhor, não sei nadar e
ali me perco,
sem vontade de me
encontrar.
Preciso largar-te na
profundidade
dos abismos, bater contra
as rochas e
naufragar.
Carla Pinto Coelho
Mais um bonito poema da Carla;)
ResponderEliminarE essa ideia de "querer que a água me lave por dentro " anda muitas vezes pelas minhas bandas.
;)
EliminarCaramba, Carla, isto é lindo! Uma pessoa embrenha-se e deixa-se ir nesse barco à deriva...
ResponderEliminarGostei muito!
(obrigada por partilhar, josé luís)
Sou uma energúmena de corpo inteiro -- há que admiti-lo! Tenho desde dia 26 um separador aberto nesta mensagem para partilhar a música que, no fundo, inspirou este poema. Digamos que foi uma combinação de música+video clip+vontade de naufragar.
ResponderEliminarhttps://www.youtube.com/watch?v=2CZ8ossU4pc
Vocês são tão gentis que me apetece mandar uma caixa de pastéis de Tentúgal a cada um. (((:
para mim a banda sonora é esta:
Eliminarhttp://youtu.be/Lr8ZWXl_QoE
(…e podes mandar os pastéis)
Eu acho que somos mesmo barcos amarrados ao cais, de uma forma ou de outra :)
ResponderEliminar(Ah, que já estava saudosa de passar por cá!)