16 setembro 2014







fábula  de  alguém  que  não  encontrei





alguém que um dia quisesse ir à islândia
alguém que soubesse uma fábula de cor
alguém para repartir uma garrafa de vinho
alguém que cheirasse a livros e os livros
alguém a desenhar letras como tatuagens
alguém que inventasse palavras só comigo
alguém que gostasse de azuis e de um mar
alguém que olhasse e nem sempre me visse
alguém para desafinar velhas canções pop
alguém que ao acordar tivesse olhos de riso
alguém que fosse assim mais ou menos tu
alguém como tu que procurei e não encontrei


sinto-me o homem mais solitário de lisboa
e a minha única sorte é morar em reykjavik






6 comentários:

  1. Não se compara à nossa Lisboa, mas Reykjavik também me parece bem, sim;) Não sei é como resolve a questão da calçada portuguesa que antecede esta história;)
    O José Luís já nos habituou a fábulas bonitas e deliciosas. E esta não é excepção!

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  2. Cheirar a livros e desenhar letras como tatuagens. :)
    É lindo JL :)
    Beijos

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  3. Se encontrares esse alguém, sempre podem ir apreciar o Bardarbunga e tatuar na lava esta fábula, Já lhe disse o quanto adoro as suas fábulas? :-)))

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  4. Por vezes, pedimos tão pouco... mas a Islândia fica longe e muitas pessoas tendem a complicar. :)
    Gosto desta fábula.

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