13 setembro 2014







acerados sinais para o desejo,
os bicos do teu peito, quando os mordo,
já me desliza a mão noutro rebordo
e cheiro, provo, apalpo, escuto e vejo

entre o prazer e a sombra algum lampejo,
tropel de sensações em desacordo,
espuma que se forma e corre ao pôr do
sol e ao nascer do sol em cada beijo,

enquanto a tua língua me procura,
me percorre insistente e então, de leve,
refaz o seu caminho de saliva,

até que o cego ser se nos mistura
e o seu fulgor eterno, de tão breve,
faz com que nesse instante morra e viva.








Vasco Graça Moura






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