23 agosto 2014





[ o que tem mesmo piada em vermeer é poder subverter toda aquela ordem doméstica que ele tenta desesperadamente imortalizar num momento breve, como se aquelas cenas de interiores da delft do séc. xvii tivessem de ser apenas o que ele nos quer mostrar. 
nesta cena, por exemplo, para mim é evidente que a rapariga de azul está grávida e recebeu uma carta do namorado, um g.i. natural de maryland que conheceu após a libertação da cidade pelo exército americano. ela lê vezes sem conta aquelas curtas linhas e é visível a sua frustração - ele não respondeu à sua pergunta na carta anterior: o que há de novo em baltimore? ]





mulher de azul lendo uma carta
johannes vermeer





3 comentários:

  1. Eu pensei exactamente o mesmo, e quando visitei o museu de Vermeer em Delft fiz a pergunta: esta rapariga está grávida, certo? Errado, disse o especialista em Vermeer. Nada indica que ela está grávida (para além da barriga proeminente, mas isso parece dever-se ao efeito do casaco...) e indicou outros sinais. Ela está a ler uma carta de alguém que está longe (daí o mapa na parede) e mais detalhes não me recordo, confesso. Recomendo-lhe a visita ao museu, se aprecia Vermeer, vai gostar de certeza.
    Abraço, josé luís. :-)

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    1. um dia irei. está agendado. ;)

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    2. Corrijo o que escrevi, fui consultar a literatura que aqui tenho de Vermeer e o quadro a que me referia é outro (em que pensei que a mulher está grávida e não está). Neste a mulher está sim grávida e a cadeira vazia representa a ausência do seu companheiro, que está longe (mapa), a carta concretiza os seus pensamentos que são sobre a pessoa ausente. Peço desculpa pela minha incorrecção de há pouco. Outro abraço.

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cartografe aqui: