05 agosto 2014






fábula  contendo  sinais  de  amor






(exclamar um amor admirado!
tentar amar sem reticências…
como ignorar as interrogações?)

o que faria se lhe pertencessem
o til do seu cabelo de romã
a cedilha da sua pele de açafrão
o apóstrofo dos seus olhos d’água?

desconhecia que o amor
é agudo por ser único,
circunflexo por ser sôfrego
e se esconde (entre parênteses);

mas como amá-la lhe era vedado,
(((((( imaginou-se a beijá-la ))))))
num amor proibido. ponto final.







5 comentários:

  1. :
    [ recuperação de uma fábula antiga ]

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  2. Anónimo5/8/14 00:56

    Já lhe disse que adoro as suas fábulas? Só não concordo com o ponto final. :-)))

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  3. Um exercício com sentido e consentido, embora proibido..
    As reticências sempre foram um grande problema. Os parênteses também não ficam atrás, embora tenham a vantagem de servirem de aconchego. Mas o til do cabelo de romã e a cedilha da pele de açafrão - bonito, isto! - acabam por amenizar essas dificuldades.
    Venham mais fábulas;)

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  4. Ignorar as interrogações é a parte mais difícil, embora as reticências possam ser complicadas :)))

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