fábula do fundo dos teus olhos
sabes, houve um
tempo em que os teus olhos eram todo o meu mar
olhava para o
fundo dos teus olhos e nunca via o que não podia ser
o que busco
nestas águas e sei não estar escrito em cartas de marear
o brilho do sol
sobre o salpico de espuma no vento que enfuna a vela
olhava para
o fundo dos teus olhos e apenas via o que não podia ter
um mastro
erguido contra a solidão na breve leveza da âncora içada
mas ontem
olhei para os teus olhos e não vi senão o fundo dos meus
José Luís, não me canso de ler as suas fábulas. Acabou de formar um blue mais que perfeito. :-)))
ResponderEliminar;)
EliminarOlhar dentro, no fundo de tudo e encontrar quem nos vê e quem nos sente. Nem tudo está escrito nas cartas de marear... nem tudo :)
ResponderEliminarUm beijo JL :)
;)
EliminarNão é demais repetir que as suas fábulas são deliciosas!
ResponderEliminarPara mim, esta história é uma das melhores que o José Luís publicou no mural. E julgo que esta minha opinião está relacionada com o facto de "cruzar" muito bem as referências aos olhos com o mar, com as cartas náuticas e com o rasgar da solidão.
Aprecio particularmente as fábulas em que referencia os olhos. Fá.lo muito bem. De forma cativante porque se percepciona que o olhar e os olhos que descreve são muito sentidos por si.
Parabéns! (E acho que vou roub@ar;))
este texto ficava lindo, dito em teatro.
ResponderEliminar;)
EliminarLinda esta fábula e só pelo título fez-me logo lembrar uma música do chico :
ResponderEliminar"olhos nos olhos quero ver o que você faz
ao sentir que sem você eu passo bem demais E que venho até remoçando
Me pego cantando
Sem mais nem porquê
E tantas águas rolaram
Quantos homens me amaram
Bem mais e melhor que você
Quando talvez precisar de mim
Cê sabe que a casa é sempre sua, venha sim
Olhos nos olhos, quero ver o que você diz
Quero ver como suporta me ver tão feliz"
;)
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