(…)
Eu não
parti de um porto conhecido. Nem hoje sei que porto era, porque ainda nunca lá
estive. Também, igualmente, o propósito ritual da minha viagem era ir em
demanda de portos inexistentes – portos que fossem apenas o entrar-para-portos;
enseadas esquecidas de rios, estreitos entre cidades irrepreensivelmente
irreais. Julgais, sem dúvida, ao ler-me, que as minhas palavras são absurdas. É
que nunca viajastes como eu.
(…)
Bernardo
Soares
Acontece tanto isto... E, quase sempre, só muito mais tarde percebemos que partimos de um porto desconhecido.
ResponderEliminarCada um tem uma maneira única de viajar.
Gostei muito de ver isto aqui, José Luís!
sempre desassossegado, o meu ajudante de guarda-livros preferido... ;)
Eliminar