09 julho 2014





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Eu não parti de um porto conhecido. Nem hoje sei que porto era, porque ainda nunca lá estive. Também, igualmente, o propósito ritual da minha viagem era ir em demanda de portos inexistentes – portos que fossem apenas o entrar-para-portos; enseadas esquecidas de rios, estreitos entre cidades irrepreensivelmente irreais. Julgais, sem dúvida, ao ler-me, que as minhas palavras são absurdas. É que nunca viajastes como eu. 
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Bernardo Soares





2 comentários:

  1. Acontece tanto isto... E, quase sempre, só muito mais tarde percebemos que partimos de um porto desconhecido.
    Cada um tem uma maneira única de viajar.
    Gostei muito de ver isto aqui, José Luís!

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    Respostas
    1. sempre desassossegado, o meu ajudante de guarda-livros preferido... ;)

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cartografe aqui: