[ festeja hoje cento e vinte e seis risonhas primaveras fernando antónio, um dos inúmeros irmãos pessoa ]
Os cinco
enterros de Pessoa
Poucas
vezes sucede
Que ao
morrer um poeta
Sejam
necessários cinco caixões.
Como poucas
vezes sucede
Que um
poeta seja morada
Para que
nele vivam,
Para que
trabalham à sua vontade
E durmam
quando quiserem,
Sem pagar
renda,
Sem ameaças
do senhorio,
Outros 4
poetas.
Ao enterro
de Pessoa
Foram com
sigilo,
Tal como
viveram.
Nunca
protestaram
Contra a
estreiteza da sua moradia,
Esse
peculiar viver dentro da gabardina.
Mas não
desejariam mais espaço
Agora, na
rigidez das formas?
Não se viu
Pessoa em tertúlia
Com os seus
4 fantasmas cardinais.
Não se viu
em grupo
A caminho
da tabacaria,
Partilhando
viuvezes.
Pessoa e os
seus compadres.
E essa
forma
De não se
deixarem ver nos espelhos.
Juan Manuel
Roca
Retrato tão bem desenhado.
ResponderEliminarJuan Manuel Roca nunca brinca em serviço;)
É verdade, josé luís, lembra muito bem, hoje seria o aniversário de Fernando Pessoa.
ResponderEliminarSeria, não, é. Mesmo com 5 caixões ele não morreu.
Abraço e bom dia! :-)