20 maio 2014








uma  blogofábula







sem o saberem começaram os blogues no mesmo dia.
moravam em cidades distantes mas acontece que havia
amigos comuns, o que os tornou mútuos leitores,
e depois foi um pequeno passo até aos amores.
aquele contacto fugaz e virtual ganhou cores de paixão,
porque de facto a realidade suplanta sempre a ficção,
e poderiam ter vivido felizes para sempre. fim.
mas a imaginação por vezes vinga-se: e assim
aconteceu aquilo que mais ninguém previu,
pois até nos contornos da zanga que se seguiu
houve pormenores e detalhes imprevistos vários -
e tudo apenas porque ela quis moderar os comentários.
ele, sentindo-se banido e ultrajado, disse: “vou ali”
pois já sabia onde ela morava. pegou numa faca e
lá foi. ao chegar viu-lhe o carro e, fulo, riscou no capot
a golpes de lâmina e ciúme: “prove que não é um robô”
e por baixo “éfe-tê-éme-érre nove-seis-um-cinco-três”
(que como toda a gente sabe foi a conta que deus fez).










11 comentários:

  1. Uma história igual a tantas outras que acontecem no chamado mundo real :)

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  2. Quando se começa a ler esta história,, que achei deliciosa, não se prevê um final tão trágico, mas ao mesmo tempo caricato. ;)))
    Mas é verdade que isto existe no mundo real. A primeira parte, porque espero que os casos que conheço não tenham igual desfecho.
    Isabel Pires

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  3. Em boa verdade, a conta que Deus fez é redundante: desprovidos de emoção que são os robôs, a primeira linha já provava à saciedade que ele não o era: robô.

    Boa noite. Bela fábula (?) :)

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    Respostas
    1. robôs desprovidos de emoção? não negue à partida uma ciência que desconhece… ;)

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  4. Muito boa fábula! Afinal, dentro ou fora do blogomundo, pessoas são pessoas e robôs não existem. :-)
    Abraço.

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