02 maio 2014








pernoitas em mim
e se por acaso te toco a memória amas
ou finges morrer

pressinto o aroma luminoso dos fogos
escuto o rumor da terra molhada
a fala queimada das estrelas

é noite ainda
o corpo ausente instala-se vagarosamente
envelheço com a nómada solidão das aves

já não possuo a brancura oculta das palavras
e nenhum lume irrompe para beberes 









Al Berto










2 comentários:

  1. E os poemas que escolhes fazem sempre muito bem. Sabes, eu comecei a apreciar poesia há relativamente pouco tempo. Diria que tem a ver com a idade, com a forma de se estar na vida, talvez...
    Mas gosto de vir aqui e aprender :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. não escolhi a etiqueta por acaso. eu acho MESMO que um poema pode salvar um dia, que uma palavra vale mil magens e que somos livros por escrever. ;)

      Eliminar

cartografe aqui: