29 maio 2014









O peso dos livros







Pensava que os livros não têm peso. Quero dizer, flutuam no entendimento.
Na memória. Ou melhor: equilibram-se porque não são gente.
Não têm noites, não têm insónias. Não têm sono lá dentro.

Pensava que os livros são menos complexos do que nós. Mesmo quando
não temos linha, quando não temos palavra. Mesmo quando
não conseguimos respirar. Quando pensei nisso,
tive uma vaga noção de título.

E um hálito branco a querer ser página.









Filipa Leal









4 comentários:

  1. Os livros são a minha casa, um lugar onde me perco horas seguidas :)
    Belo poema!

    ResponderEliminar
  2. Sem livros à minha volta não me sinto gente :-)
    Lindo este poema!

    ResponderEliminar

cartografe aqui: