08 abril 2014

[ outra fábula de lisboa esquecida ]








na  morte  de  de  coninck







dizem que veio sombrio avisar: morrerá um poeta vivo nestas ruas
e alguém fechará os seus olhos, que ele desejava abertos sobre o mar


e pareceu ser verdade: a chuva lava o nome do teu corpo agora feito chão
olhado por uns e pisado por outros - afinal esse o destino de um poema


não sei que blues se ouviram no dia em que saíste do mundo
apenas vejo esse anjo a tocar um lamento por ti na harpa fria


mas caíste em lisboa por ser a única cidade onde um poeta tomba
e logo o seu nome é escrito em letras de pedra e esculpido em nós










o poeta flamengo herman de coninck morreu tragicamente em lisboa, a caminho da fundação gulbenkian, onde iria participar num encontro sobre poesia. 
no local onde tombou, na rua marquês de sá da bandeira e entre as pedras da calçada do passeio, há uma lápide evocativa do seu nome.

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