15 abril 2014








fábula  do  eco  do  teu  nome






não sabes que foi por ti que talhei uma árvore em forma de caravela
e em sonhos acordados me fiz a um mar de água feita de outro mar,
que busquei um teu porto seguro nos incertos molhes de outros cais,
persegui o brilho baço da pimenta, o perfume da canela que há em ti
e tentei ouvir a tua ária encantada entre o cristalino canto das sereias?


e não vês que foi apenas por ti que inventei este nosso alfabeto náutico
onde não há letras possíveis para descrever a repetida solidão das marés
nem palavras que desenhem com limpidez o dourado do sol a deitar-se,
e que a única voz que vem no som das ondas que não é a voz do mar
é o fulgor cintilante da espuma trazida pelo vento, o eco do teu nome?










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