01 abril 2014








fábula-canção  do  pirata







é ao entrares neste quarto que sei te tornas um pirata a soldo do amor
percorres-me com o olhar de quem interroga o horizonte de um desejo
e sabe de cor a combinação do cofre escondido no meu porão de nau


é quando me olhas e me tocas que volto a flutuar neste lago em nós
despida e misteriosa sinto a tua mão como uma onda ancorada em mim
e agarro-me ao teu corpo na certeza de uma jangada desaguada em ti


é vogando rumo à foz desta noite que me enrosco a ti como um molusco
os meus dedos espraiam-se no convés do teu ventre exposto a este mar
e as nossas bocas agitam-se e falam e prometem novos portos de abrigo









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cartografe aqui: